Prólogo

É aquela velha história…
Vampiros fingindo ser humanos fingindo ser vampiros…

Mas a maioria dos missivistas estão mortos…
O Theatre des Vampires há muito desfeito… — Nada poderia ter sido tão maravilhoso como Arte e repugnante como Conceito Ideológico…
Os Antigos dormem, ou apenas perderam o interesse pelo que tem Substância Material… — Recuso-me a falar dos que enlouqueceram…
Os que se fizeram de Heróis, um dia, foram tragados por uma Escuridão de Dúvidas e abarcados pelo que se revela sem abandonar o seu Mistério… — O Desespero Silencioso é um dos acometimentos mais terríveis sobre qualquer tipo de existência.




Então eu não estou aqui para ser herói, ou qualquer coisa assim… Eu sou um Pretexto para a Poesia… foi assim que fui concebido… foi assim que consegui manter alguma Sanidade…
Não que eu seja imune aos Lépidos Desesperos Devoradores de Alma… mas eu sempre fiz de tudo para me manter em movimento, no fluxo das coisas, desde antes de ser entregue ao Irremediável Poder das Trevas… — um dia eu conto essa história…
É por isso que eu continuo… e vou continuar até que o Sol devore este nosso Planetinha, vocês vão ver. E se quiserem ver mesmo… bom… vão ter de implorar por uma mordida…

terça-feira, 14 de abril de 2009

O Rápido Avanço de Tudo que Jamais Será Estático…

…interessante…
…estava pensando em ti…
…que devia uma resposta…
…devo ter aberto demais a mente por alguns segundos…
…e tu, ligeira que és… … … … … … … …

…estou ocupado com coisas humanas demais…
…estou feito de sobras inteiras…
…meu nome do meio é Auto-Sacrifício…
…as madrugadas são mel carmim na minha boca…
…as madrugadas são uma faca na garganta…
…saí ao sol mais uma vez…
…e nunca mais foi como a primeira…
…estou empedernido…
…descobri um novo poder…
…meu nome do meio é Medusa…
…"oh, mais um século…"
…é o que grito — ouves?
…nada pode me derrubar…
…no entanto o barulho das folhas de uma árvore frondosa me faz chorar…
…não sosseguei até domar um rinoceronte…
…ganhei um novo nome nas savanas africanas…
…não tenho me alimentado…
…procurei os antigos e tudo é silêncio…
…silêncio…
…"então é isso?" — perguntei-me — "tudo?"
…o vento balançou as folhas da árvore frondosa nesse instante…
…instante…
…"oh, um milênio.." — gritei…
…o barulho das folhas se tornou insuportável…
…fui até Stonehenge…
…no duro e gélido ar minhas roupas se rasgaram…
…deitei no centro da Ciranda dos Gigantes voltado para Cassiopéia
…ouço tudo…
…silêncio…
…planície sem árvores…
…tenho novos olhos…
…tenho frio…
…entendo que ainda sinto…
…a Bretanha sempre vai cheirar como a Bretanha…
Glastonbury
…Sabes o que isso me lembra, não?!
…sim…
…das velas vermelhas e da conversa que nunca tivemos…
…silencio…

P.S.: …espero tê-la feito chorar… docemente…


Ciranda dos Gigantes: Referência a Stonehenge.

Cassiopéia: É o nome de uma constelação próxima do pólo norte celeste, com cerca de 30 estrelas visíveis a olho nu. A configuração das estrelas lembra a de uma figura humana entronada, só que de cabeça para baixo. Para os gregos, isso representava a punição por um crime severo.

Glastonbury: É uma pequena cidade turística cercada de mitos e lendas em Somerset, sudoeste da Inglaterra. Dentre estas lendas estão as da passagem de Jesus ainda criança e José de Arimateia pela Bretanha, o Santo Graal trazido por José de Arimateia para a Bretanha, e as Lendas Arturianas e a localização da Ilha da Avalon como sendo o monte Glastonbury Tor.

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