Prólogo

É aquela velha história…
Vampiros fingindo ser humanos fingindo ser vampiros…

Mas a maioria dos missivistas estão mortos…
O Theatre des Vampires há muito desfeito… — Nada poderia ter sido tão maravilhoso como Arte e repugnante como Conceito Ideológico…
Os Antigos dormem, ou apenas perderam o interesse pelo que tem Substância Material… — Recuso-me a falar dos que enlouqueceram…
Os que se fizeram de Heróis, um dia, foram tragados por uma Escuridão de Dúvidas e abarcados pelo que se revela sem abandonar o seu Mistério… — O Desespero Silencioso é um dos acometimentos mais terríveis sobre qualquer tipo de existência.




Então eu não estou aqui para ser herói, ou qualquer coisa assim… Eu sou um Pretexto para a Poesia… foi assim que fui concebido… foi assim que consegui manter alguma Sanidade…
Não que eu seja imune aos Lépidos Desesperos Devoradores de Alma… mas eu sempre fiz de tudo para me manter em movimento, no fluxo das coisas, desde antes de ser entregue ao Irremediável Poder das Trevas… — um dia eu conto essa história…
É por isso que eu continuo… e vou continuar até que o Sol devore este nosso Planetinha, vocês vão ver. E se quiserem ver mesmo… bom… vão ter de implorar por uma mordida…

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Admirável Mundo Novo… (Parte III) — Contagem Regressiva…

Ascender é uma doce vontade…

Vesti-me com uma roupa inteiriça de couro preto fosco de acabamento rústico cuja textura lembra a pele de um lagarto. Como uma segunda pele, até as botas acopladas ao conjunto, apenas minhas mãos e minha cabeça ficavam expostas. — Dificilmente dispenso a capacidade de sentir a textura das coisas com as mãos; isso é quase como um vício. — Na verdade nada poderia me proteger realmente além de uma roupa totalmente pressurizada. — Mas levante a mão quem consegue imaginar um ser de movimentos ágeis, suaves e precisos dentro de uma roupa daquelas…

Eu já me enterrei no gelo algumas vezes, então os -50ºC que experimentei não fazem muita diferença para os -150ºC que enfrentaria; ao menos para minha sensibilidade. Eu me preocupava com os mais de 100ºC que eu poderia encontrar. Os compostos alcalóides no meu sangue poderiam me incendiar facilmente, mesmo que por meio segundo. — Estou sendo muito técnico hoje? Ué?! Nunca te perguntaste por que nosso sangue é tão combustível?! Ou o porquê de nunca envelhecermos?! Ora, a síntese metabólica é feita através de alcaloides, não liberando radicais livres, mas sim, compostos que cada vez mais enrijecem nossa compleição. Enfim… — O vácuo era o desconhecido para mim, e é a isso que devemos temer, não?! Resumindo… se eu fosse morrer, que fosse em uma bela vestimenta.

Então ascendi pela pura vontade e uma doce pequena vontade de expirar nos braços vazios da escuridão e no conforto do nada…

à me recevoir
en tes bras…

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O Passado, O Símbolo do Infinito e O Futuro…

Para mim o tempo passa diferente…
…e não tem como explicar isso…
…não hoje… não agora!

O Presente, o “agora”, para os humanos, dura cerca de 12 segundos. Já eu… eu não tenho mais passado… O meu Presente habita sob este símbolo: ∞ — O Símbolo do Infinito —; meu terrível cérebro das trevas não me permite qualquer obliteração. E às vezes cometer um erro, algo de que me arrependa deveras, pode ser fatal para mim. Sim! O esquecimento é uma benção…

O que se me assemelha a uma vaga lembrança, a algo que se tenta lembrar como se enxergando através de águas turvas, é o futuro… porém, às vezes tudo é tão claro e dura aterradores 12 segundos em que tudo parece parar destacando algo… uma saliência na percepção. Meus queridos, o tempo é a maior das ilusões… e os humanos adoram ser enganados. Eles vivem para isso! E eu ainda sou um pouco humano, não sou?! Não sou?! — rio-me.