Ascender é uma doce vontade…
Vesti-me com uma roupa inteiriça de couro preto fosco de acabamento rústico cuja textura lembra a pele de um lagarto. Como uma segunda pele, até as botas acopladas ao conjunto, apenas minhas mãos e minha cabeça ficavam expostas. — Dificilmente dispenso a capacidade de sentir a textura das coisas com as mãos; isso é quase como um vício. — Na verdade nada poderia me proteger realmente além de uma roupa totalmente pressurizada. — Mas levante a mão quem consegue imaginar um ser de movimentos ágeis, suaves e precisos dentro de uma roupa daquelas…
Eu já me enterrei no gelo algumas vezes, então os -50ºC que experimentei não fazem muita diferença para os -150ºC que enfrentaria; ao menos para minha sensibilidade. Eu me preocupava com os mais de 100ºC que eu poderia encontrar. Os compostos alcalóides no meu sangue poderiam me incendiar facilmente, mesmo que por meio segundo. — Estou sendo muito técnico hoje? Ué?! Nunca te perguntaste por que nosso sangue é tão combustível?! Ou o porquê de nunca envelhecermos?! Ora, a síntese metabólica é feita através de alcaloides, não liberando radicais livres, mas sim, compostos que cada vez mais enrijecem nossa compleição. Enfim… — O vácuo era o desconhecido para mim, e é a isso que devemos temer, não?! Resumindo… se eu fosse morrer, que fosse em uma bela vestimenta.
Então ascendi pela pura vontade e uma doce pequena vontade de expirar nos braços vazios da escuridão e no conforto do nada…
…à me recevoir…
…en tes bras…
Vesti-me com uma roupa inteiriça de couro preto fosco de acabamento rústico cuja textura lembra a pele de um lagarto. Como uma segunda pele, até as botas acopladas ao conjunto, apenas minhas mãos e minha cabeça ficavam expostas. — Dificilmente dispenso a capacidade de sentir a textura das coisas com as mãos; isso é quase como um vício. — Na verdade nada poderia me proteger realmente além de uma roupa totalmente pressurizada. — Mas levante a mão quem consegue imaginar um ser de movimentos ágeis, suaves e precisos dentro de uma roupa daquelas…
Eu já me enterrei no gelo algumas vezes, então os -50ºC que experimentei não fazem muita diferença para os -150ºC que enfrentaria; ao menos para minha sensibilidade. Eu me preocupava com os mais de 100ºC que eu poderia encontrar. Os compostos alcalóides no meu sangue poderiam me incendiar facilmente, mesmo que por meio segundo. — Estou sendo muito técnico hoje? Ué?! Nunca te perguntaste por que nosso sangue é tão combustível?! Ou o porquê de nunca envelhecermos?! Ora, a síntese metabólica é feita através de alcaloides, não liberando radicais livres, mas sim, compostos que cada vez mais enrijecem nossa compleição. Enfim… — O vácuo era o desconhecido para mim, e é a isso que devemos temer, não?! Resumindo… se eu fosse morrer, que fosse em uma bela vestimenta.
Então ascendi pela pura vontade e uma doce pequena vontade de expirar nos braços vazios da escuridão e no conforto do nada…
…à me recevoir…
…en tes bras…