Prólogo

É aquela velha história…
Vampiros fingindo ser humanos fingindo ser vampiros…

Mas a maioria dos missivistas estão mortos…
O Theatre des Vampires há muito desfeito… — Nada poderia ter sido tão maravilhoso como Arte e repugnante como Conceito Ideológico…
Os Antigos dormem, ou apenas perderam o interesse pelo que tem Substância Material… — Recuso-me a falar dos que enlouqueceram…
Os que se fizeram de Heróis, um dia, foram tragados por uma Escuridão de Dúvidas e abarcados pelo que se revela sem abandonar o seu Mistério… — O Desespero Silencioso é um dos acometimentos mais terríveis sobre qualquer tipo de existência.




Então eu não estou aqui para ser herói, ou qualquer coisa assim… Eu sou um Pretexto para a Poesia… foi assim que fui concebido… foi assim que consegui manter alguma Sanidade…
Não que eu seja imune aos Lépidos Desesperos Devoradores de Alma… mas eu sempre fiz de tudo para me manter em movimento, no fluxo das coisas, desde antes de ser entregue ao Irremediável Poder das Trevas… — um dia eu conto essa história…
É por isso que eu continuo… e vou continuar até que o Sol devore este nosso Planetinha, vocês vão ver. E se quiserem ver mesmo… bom… vão ter de implorar por uma mordida…

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Eudora…

Apresento obras feitas com sangue. Levo tudo à ruína com um simples verso quando louvo o passado. Por isso leva-me para dormir fora do tempo e dá-me de beber da tua acidez que não distingo entre sonho e realidade.

Salvação… O que me faz pensar em salvação é o fato de como posso parecer perspicaz enquanto melancólico… No quanto uma composição do sol e nuvens brincando de luz e sombras pode me comover… O que? …se sinto isso pelas mulheres? Olha, é perigoso irritar uma criatura irascível assim como Eu…

Eudora é minha nos sonhos
Eudora canta “Busca-me”
Eudora conta estrelas comigo
Eudora diz “Busca-me”
Eudora conta tudo o que eu não quero saber


Achas que temo a resposta? …é claro que sinto, mas a questão não é capacidade, e sim permissão, se tenho minha permissão…
Permito… mas só àquela que passa distante e a favor do vento, pois se eu a farejasse… seria fatal… talvez mais a mim do que a ela.
Mas isso não passa de devoção à beleza, à pura estética. Ora, de onde achas que vem a inspiração senão de natureza?! E ainda pertencemos a ela, não?!

Eudora em meus ouvidos sussurra:
“Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que destruirias a ti mesmo?
Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo?”
[ECLESIASTES 7:16-17]

Por que não falas de redenção?
Por que me condenas?
Devo me apressar para a morte antes que tomem o meu lugar?

Eudora em meus ouvidos ronrona:
“Redenção… redenção…”
A Paixão… Paixão é minha redenção…

Juntos Eudora e Eu murmuramos:
“E quanto mais desmedida e louca…”
…mais bela será a paixão.

E quando sonhei Eu era Eudora.
E quando novamente desperto Eudora era minha mente.

…m’esprit a nom de femme…
…et fait ce qui veut…


Domingo, 23 de Novembro de 2003

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