Prólogo

É aquela velha história…
Vampiros fingindo ser humanos fingindo ser vampiros…

Mas a maioria dos missivistas estão mortos…
O Theatre des Vampires há muito desfeito… — Nada poderia ter sido tão maravilhoso como Arte e repugnante como Conceito Ideológico…
Os Antigos dormem, ou apenas perderam o interesse pelo que tem Substância Material… — Recuso-me a falar dos que enlouqueceram…
Os que se fizeram de Heróis, um dia, foram tragados por uma Escuridão de Dúvidas e abarcados pelo que se revela sem abandonar o seu Mistério… — O Desespero Silencioso é um dos acometimentos mais terríveis sobre qualquer tipo de existência.




Então eu não estou aqui para ser herói, ou qualquer coisa assim… Eu sou um Pretexto para a Poesia… foi assim que fui concebido… foi assim que consegui manter alguma Sanidade…
Não que eu seja imune aos Lépidos Desesperos Devoradores de Alma… mas eu sempre fiz de tudo para me manter em movimento, no fluxo das coisas, desde antes de ser entregue ao Irremediável Poder das Trevas… — um dia eu conto essa história…
É por isso que eu continuo… e vou continuar até que o Sol devore este nosso Planetinha, vocês vão ver. E se quiserem ver mesmo… bom… vão ter de implorar por uma mordida…

sábado, 12 de setembro de 2009

Admirável Mundo Novo… (Parte V) — A Sabedoria, A Loucura e O Frio Espaço…

“Terrível é estar a sós com o juiz e o vingador da nossa própria lei! E como um astro precipitado no espaço vazio e no meio do sopro gelado da solidão.”
[NIETZSCHE, Friedrich W. Assim Falou Zaratustra. "Dos Caminhos do Criador"]

Todo aquele vazio estava cheio de possibilidades. Era isso que me preenchia, que me invadia e me extasiava. Eu estava sozinho… mas não me sentia só.

A minha mente era como uma aranha… a tecer teias por puro prazer… por estar farta de insetos.

Eu divagava devagar, movendo-me a uma velocidade incrível, mas sem sentir; eu apenas sabia. — São poucas as coisas que realmente temos certeza! — Eu estava explorando o inexplorado como batedor de um séquito que jamais viria… eu estava sozinho… mas não me sentia só.

…essa foi uma lição da infância…
A solidão nunca foi uma inimiga, mas uma aliada da minha imaginação…
…e uma mão irrefutável a me guiar a mim mesmo.
…desde então eu nunca pude escapar de mim mesmo…
…o advogado e o acusador de mim mesmo…
…dualidades se chocando dentro de mim resultando em um buraco, um abismo chamado loucura. Tal abismo só pôde ser preenchido com conhecimento; aqui está mais um Estratagema da Existência Secular! O conhecimento é o alicerce da consciência: como se fossem estacas que apóiam onde necessário, não importa o quão fundo o abismo as levar. Se achas que estás livre de recalque, engana-te! Mas sempre é possível fazer ajustes, reforços e novos escoramentos. O ideal seria um monobloco do conhecimento universal interconectado solidamente, polimericamente, a ocupar cada fresta do abismo. Podes tentar… mas o conhecimento de toda a Terra e sua história assentado desde o fundo, interconectado solidamente, não preencheria um centésimo do abismo; por isso alguma sabedoria naturalmente nos apóia nas estacas do conhecimento.

…mas naquele momento eu vagava entre as estacas… dentro do abismo… e eu confesso: nessas horas a loucura é algo que faz sentido… uma consideração viável… não no sentido de fuga, não! Jamais! Eu digo: ela, a Loucura, faz totalmente sentido… por uns instantes…

…por uns instantes…
…sinto frio…

…parfois me sens comme un garçon…
…et c’est inconfortablement sain…

Nenhum comentário:

Postar um comentário